Bandido Bom é Bandido Morto

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*Rogério Santana

Bandido bom é bandido morto. Assunto invariavelmente enfadonho, mas de extrema necessidade de análise pública. A questão não é, precisamente, o bandido de colarinho branco – não que eu concorde com a sua existência -, mas o que fazer com aquele que é considerado por muitos como o bandido pequeno, o qual nos atinge diariamente e tanto incomoda. Sobre o assunto, recentemente, pude assistir a uma boa, embora superficial, sátira no canal Pingo na pia. (http://www.youtube.com/watch?v=NndubiXLoaU).
Acredito, talvez até com certo devaneio, que a maioria da população brasileira já saiba, pelos meios mais difusos, onde perseguir o seu verdadeiro problema: acesso. E quando digo acesso, não me refiro a ele numa forma stricto sensu. Basta pensar, nesse sentido, o nosso poderoso e incontornável, até o momento, círculo ideológico educacional, altamente reacionário devido ao modo como nos valemos da chamada meritocracia, a qual se impõe sempre que se percebe ameaçada com a insurgência do poder de radicalização das “minorias”. É o que também afirmaria, em sugestivo artigo, Renato Santos de Souza (http://jornalggn.com.br/fora-pauta/desvendando-a-espuma-o-enigma-da-classe-media-brasileira).
Em 2009, foi lançado um livro pela editora da UFMG, organizado por Jessé Souza, conhecido como Ralé brasileira: quem é e como vive. O capítulo 12, intitulado A instituição do fracasso – a educação da ralé, escrito pela socióloga Lorena Freitas, particularmente, chamou-me bastante atenção. Nele, aparece uma ideia, ao que tudo indica, de uma perversidade desoladora: enquanto o pobre, geralmente, escuta o que NÃO deve ser quando crescer (prostituta, maconheiro, vagabundo, etc.); ao filho da burguesia, por seu turno, cabe a certeza de um futuro de escolhas e caminhos, os quais possam levá-lo, na Era da falta de formação e muita informação, ao BBB (Big Brother Brasil), já que, segundo Pedro Bial, lá adentram e moram, durante cerca de três meses, os verdadeiros “guerreiros”.
Anedotas à parte, penso na irremediável necessidade de encontrarmos meios e mecanismos para que possamos colocar em prática tantas ideias que sustentam a criatividade brasileira. Embora indefinida ainda a linha de pensamento a seguir nesta laboriosa jornada, já pondero, ao menos, a qual não seguir. Nessa perspectiva, e para o horror de muitos revolucionários-conservadores, sigo o feliz raciocínio da Marilena Chauí: “a classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva, porque é ignorante. Fim”.
Acho, agora, que é chegada à hora de ser mais enfático no que escrevo ao prezado leitor nestas curtas, entretanto, paradoxais linhas. Deve-se, em minha opinião, e na de muitos, inclusive, atacar o mal pela raiz, discutir acerca de maneiras preventivas e socializadoras para indivíduos que possuem pouquíssimas escolhas na vida, dentre as quais, muitas vezes, justificáveis ou não, resta a pior delas: a bandidagem.
Com isso, não quero defender o fenômeno da criminalidade (drogas, armas, crime organizado ou desorganizado). Nem, contudo, pretendo supervalorizar a cultura da violência tal qual enunciada no filme Tropa de Elite, lançado em 2007, estrelado por Wagner Moura e dirigido por José Padilha (ver entrevista com o diretor Padilha no programa televisivo Roda Viva: http://www.youtube.com/watch?v=w-68EyPzQCQ). De fato, não consigo, a despeito de quaisquer teorias fundamentalistas, ou extremistas, para não dizer conservadoras, compactuar com valores jamais aceitos pelo pensamento filosófico e/ou religioso disseminado pelas mentes mais sábias e/ou santas da parte oriental do globo.
Mas o caso brasileiro, em específico, carece de um cuidado e de uma cautela quase divinos. Vivemos hoje, por aqui, uma democracia do “tudo posso”, embora nada, na realidade, possa ser feito. Exemplo emblemático disso consiste no contraditório direito de ir, vir e ser praticamente obrigado a ficar trancado dentro de casa temendo possíveis assaltos ao trafegar por ruas da cidade onde se mora. Parte disso, sem dúvida, remete-nos a um trauma histórico: o da Ditadura Militar (1964-1985). Ferida, permita-me a paródia, Camões, “que arde sem se ver”.
Tenho seguido, de longe, as investigações realizadas pelas comissões da verdade em diferentes estados e municípios do país. O caro leitor, com certeza, mais atualizado do que aquele que vos escreve, deve ter notado o esforço dessa comissão julgadora e de grande parcela da sociedade civil interessada no assunto em criminalizar os verdadeiros culpados. Não duvido do poder histórico dos fatos e da importância da abertura de arquivos e da produção de novas fontes de pesquisa, já quanto a punir os verdadeiros acusados…
Histórias e recalques de lado, tentei adensar meu argumento a partir deles, devo ser honesto. Tais argumentos, provenientes também da leitura de alguns filósofos modernos, em muito me fizeram refletir sobre a saída do nosso estado de natureza para um estado cujas ações dos indivíduos estariam limitadas pelo seu poder e sua consciência (Thomas Hobbes, 1651; John Locke, 1689; e Jean-Jacques Rousseau, 1762), como, aliás, acenariam os chamados contratualistas. Em outras palavras, e dando um “salto” qualitativo de séculos, julgo que não podemos pensar a liberdade como espécie de contracultura dos anos 1970 a qual não nos onerava responsabilidades. Definitivamente, diante do nosso cenário, não cabe à busca utopicamente absurda por um tipo de liberdade total (isso, sem medo de errar, posso dizer que seria muito melhor discutido por meio da Filosofia contemporânea de Sartre), considerando, obviamente, o conjunto dos fatores legais e sociais envolvidos em cada processo. O importante a se destacar, em vias práticas, é que existem limites. Tais limites, outrora tão rígidos, passam neste exato minuto em silêncio perante a modernidade líquida como diagnosticada no feliz livro do Bauman, segundo o qual a apresenta em tudo volátil, sem consistência e estabilidade.
Pós-modernos ou não, cogito sempre à volta de certos costumes, aparentemente perdidos com o decorrer do tempo. Muitos poderão contra argumentar, e certamente o farão, alegando positivamente uma relativização do conceito multifacetado de culturas. Além de concordar veementemente com tal assertiva, acrescento ainda que certos princípios podem prejudicar mais do que trazer benefícios reais. Entretanto, quando ouso falar em costumes e valores, permito-me sempre tecer reflexões em torno da palavra respeito. O vocábulo veio do latim respectus, particípio passado de respicere, “olhar outra vez”. A ideia é de algo que merece um segundo olhar, projetando-se qualidades as quais levam a uma atitude de consideração e reverência (Dicionário eletrônico Houaiss 3).
Respeitar é preciso. E isso não vale apenas para a falta de respeito do “marginalzinho de quinta categoria” com o cidadão, mas, igualmente, tal conceito, de teor moralizante, serve de “soco na cara” de políticos corruptos que, de maneira inescrupulosa e sádica, matam, a cada dia, brasileiros de raiva e de “fartura” de bens imprescindíveis para uma vida longa e digna (indico assistir ao filme Tropa de Elite 2: o inimigo agora é outro (2010) e/ou ler a entrevista realizada pela Uol com Wagner Moura e José Padilha sobre a ficção: http://omelete.uol.com.br/cinema/tropa-de-elite-2-omelete-entrevista-jose-padilha-e-wagner-moura/#.UrNHFPRDvg8).
Chegando ao clímax desta história, sinto-me na obrigação de informar ao cansado público, o qual pacientemente me assiste, que não tenho grandes novidades à apresentar como resposta para muitas dúvidas as quais, por ventura, possam surgir. E isso por dois motivos: primeiro, porque o que parece ser um problema assombroso, na verdade, é uma agulha no palheiro. Falo do bandido do início deste artigo. E, em segundo lugar, porque já sabemos a solução para aquilo que parecia ser o problema central.
Todos nós, seres políticos, com sentimentos, reconhecemos, ainda que precariamente, o significado do termo satisfação. Não estamos, definitivamente, satisfeitos. Sociólogos e cientistas políticos já identificaram, com propriedade e competência, as principais causas da existência e o que fazer com o bandido que é hoje um problema social. Desse modo, não precisamos de mais teses com objetos e conclusões pré-definidas. O extremo não se mostrou feliz. Mas, quem disse que se alcançou um fim? A palavra da vez, pelo que indicaram as recentes manifestações, parece ser ação. Porém, não me reporto a qualquer tipo de ação, desgovernada. Lembro-me da categoria marxiana, perfeitamente aplicável, de codinome práxis.
Como um bom quixotesco sonhador a lá as exigências do meu tempo, finalizo não com uma resposta – seria simplificar demasiadamente o que tornamos tão complexo-, mas com um clamor e um chamado: não quero ver ninguém morto pela falta de humanidade daqueles que se “pretendem” tão humanos. Vamos praticar e levar mais a sério a Filosofia budista, a paz gandhiana, a humildade do Mandela e a fantasiosa honestidade do trabalhador brasileiro.

*soteropolitano, residente em Valença-BA e historiador

Acorda Humanidade

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*Jefferson Duarte Brandão

É nesse período, cujo, o calendário usado sobre tudo pela sociedade “ocidentalizada”, aponta para fim do 2013º ano que por sua vez é contado a partir do tempo que a Terra demora para dar uma volta completa em torno do sol, totalizando assim 365, 25 dias, número 25 depois da vírgula representa seis horas, falando nisso cada ano tem 8.766 horas, o equivalente a 525.960 minutos e a 31.557, 600 segundos.

Tudo isso cronometrado em lugar que se encontra, submerso entre bilhões de galáxias,mais precisamente localizado em uma destas chamada de Via Láctea, que por sua vez contém aproximadamente 200 bilhões de estrelas entre elas estão oito corpos celestes mais (plutão) que não possuem luz própria e pertencem a um mesmo sistema solar.

Neste, ínfimo lugar, perante a grandeza do universo, habitam cerca de 7,2 bilhões de pessoas, cujo as oito por cento tidas como mais ricas do ganham juntas a metade de toda a renda gerada neste planeta. Em contra partida estima-se que 1,1 mil milhões de pessoas a nível mundial tenham níveis de consumo inferiores a 1 dólar por dia e que 2,7 mil milhões tenham um nível inferior a 2 dólares.

É nesse contexto de tantas injustiças, desigualdades e contradições que aproveitando essa “maré” de tanta energia fraternal, votos de alegria e felicidades a ser em alcançados neste novo ano, que esta por nascer e com ele a esperança nos mais sublimes valores que a humanidade cultiva em sua busca por “ser mais humano” que lanço um desafio a todos os povos oprimidos do mundo, parafraseando e incrementando uma frase dita por Che, “Quando formos capazes de unirmos, que maravilhoso e próximo será o futuro que está por desabrochar” !!!

“Humanidade, sejamos a mudança que almejamos neste novo ano”

*Estudante de Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar da Universidade Federal da Integração Latino Americana – UNILA