I Festival de Gastronomia de Valença

A cerca de um mês atrás, uma amiga querida, Aldenize Reis, propôs que eu e Raell Costa, conhecêssemos o Festival de Gastronomia de Valença, a se realizar entre os dias 05 e 07 de Dezembro.

De cara me entusiasmei demais com a ideia, sou quase um faminto que se alegra em saborear as comidas, ainda mais sendo regionais, baianas.

A refeição que pra muitos é um momento sagrado, faz parte do nosso cotidiano, estamos todos sempre dispostos a experimentar novos aromas, sabores e cores, comer acima de tudo é um prazer.

Daquele dia em diante, passei a acompanhar o trabalho da chef Rosa, responsável pelo festival, que de maneira muito constante tem se atualizado (me atualizado também), a cerca dos diversos pratos da nossa cidade e da nossa região.

Quem acompanhar a página Festival Gastronômico de Valença, verá preciosidades ainda não desfrutadas por muitos valencianos. Vejo o cuidado e o carinho que ela tem tido ao visitar quem produz em nosso município.

Valença que é uma terra onde muito se produz no campo agronômico tem uma variedade incrível de ingredientes e uma identidade culinária própria, é preciso saber aproveitar a enorme quantidade de possibilidades gastronômicas que se tem em nosso município.

Me recordo bem, quando cheguei em Valença me impressionou o cheiro de cravo espalhado pela cidade, as frutas diversas vendidas na feira, os mariscos, peixes e frutos do mar, acreditem, não há essa mesma fartura em outros cantos.

Até onde me consta Valença faz parte de uma região turística, natural que o Festival partisse então de uma iniciativa da Sec. de Turismo da cidade, é vital pra nossa rede hoteleira, nossos restaurantes, nossos mais diversificados produtores, que se ganhe novos patamares quando se fala em comer bem, precisamos evidenciar ainda mais nossos pratos, comungar o que é nosso.

Precisamos entender que o empreendedorismo gastronômico indelevelmente dá novos moldes a quem quer nos visitar, afinal, embora nossa costa litorânea seja linda, não é única, agregasse valor e temos que conquistar turistas também pelo estômago.

A agricultura familiar é responsável por cerca de 70% da produção de alimentos no Brasil, é preciso fazer com que os valencianos do campo sejam peças protagonistas na relação com essa rede de turismo.

Os roqueiros dos Titãs já nos deram a dica, a gente não quer só comida / A gente quer comida / Diversão e arte. Falo do Festival mas penso além.

Não posso deixar de compreender que um projeto tão inovador como o Festival não seja permanente, não seja pensado como um plano de transformação da sociedade, Valença precisa ter em mente que se faz necessário uma gastronomia social, o setor público tem que impulsionar os jovens da periferia a se qualificarem para participarem desse momento.

Conheço o projeto Gastromotiva, que dignifica e impulsiona jovens de baixa renda a estabelecer uma relação de empreendedorismo com a gastronomia, ele pode nos ser um ótimo exemplo construtivo a ser desenvolvido durante e após o festival, precisamos chegar nas margens da cidade e não só alimentar a periferia de comida, como alimentá-los de sonhos, qualificá-los afim de termos no mínimo jovens apossados da ideia de alimentar suas próprias capacidades.

A gastronomia social além de ser um elemento multiplicador faz com que as diversas cadeias turísticas da região se retroalimentem dessa capacitação criada.

Estarei no Festival, na certeza de que comerei bem por tudo que sei e experimentei dos rangos daqui, mas também porque entendo que é um momento importante a ser iniciado na história de Valença.

Tenho sonhos, tenho fome.

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